Ser sogra tem se transformado em adjetivo um tanto ou quanto na base da implicância, o que constitui a mais tremenda injustiça. (Nem sempre, murmurarão baixinho algumas noras).
Analisemos, porém, com calma:
Não é ela a mãe do homem amado e que diz:
"Quem meu filho beija, minha boca adoça!”
E ele não diz também:
"Quem agrada mamãe me conquista!"
Não é ela quem ensina o que "ele" prefere em matéria de arte culinária ou o que "ele" não suporta em matéria de moda feminina, quando ainda não aprenderam a conhecer bem os seus gostos?
Pois
bem, há sogras e sogras... Isso há! Mas refiro-me somente aqui à boa amiga,
aquela que abre os braços para receber uma filha, sabendo repartir com ela aquilo
que recebeu por direito de mãe: o amor de seus filhos.
Refiro-me
àquela sogra que sabe sempre receitas infalíveis, de soluções prontas, para
todos os problemas do jovem casal na base da harmonia.
Aquele
tipo de sogra egoísta deve já estar superado. As novas gerações precisam se
sentir mais próximas e, portanto, mais íntimas na convivência entre sogra e
nora, dividindo alegrias, tristezas e responsabilidades.
A
nora atualizada deve abolir o fanatismo excessivo e substituí-lo por
diplomática intimidade baseada no respeito e na compreensão.
A
sogra deve ter outra forma diferente do modelo caricatural e, injusto, pela
generalização.
Não
há receita para o modelo de sogra mas acredito que existe uma espécie de arte
em saber ser sogra, arte que só o amor expressa e dá forma. Não há mistério nem
regras preestabelecidas, além da verdadeira vontade de acertar.
Considero
o ser sogra uma das modalidades da difícil arte de viver, como ser mãe, esposa
ou filha.
Para
ser uma boa sogra é necessário, antes de mais nada, desejar sê-lo e pautar sua
conduta de acordo com esse desejo, que deve ser acima de tudo sincero, para ser
eficiente.
Não deve nunca se imiscuir na vida do casal; abster-se sistematicamente de qualquer interferência na educação dos netos; manter sempre um clima de camaradagem com as noras, possuam elas o temperamento que possuírem, sendo compreensiva e tolerante bastante e procurando buscar em cada uma os pontos de afinidade para que formem elos de simpatia mútua; ajudá-las com espontaneidade, sem impor-lhes seus préstimos e sobretudo procurar amá-las como se fossem suas filhas.
Não deve nunca se imiscuir na vida do casal; abster-se sistematicamente de qualquer interferência na educação dos netos; manter sempre um clima de camaradagem com as noras, possuam elas o temperamento que possuírem, sendo compreensiva e tolerante bastante e procurando buscar em cada uma os pontos de afinidade para que formem elos de simpatia mútua; ajudá-las com espontaneidade, sem impor-lhes seus préstimos e sobretudo procurar amá-las como se fossem suas filhas.
Sogra
é ser suplente de mãe e, portanto, a parte mais amena de seu papel é ser amiga
das noras considerando encantadoras essas criaturinhas jovens que seus filhos
escolheram e que os fazem felizes e que lhes dão netos que coroarão a sua
existência de irradiante felicidade e serão a continuidade de sua vida, único
meio real e positivo de sobrevivência depois de uma certa idade.
Uma boa sogra, pois, jamais concorrerá para desinteligências nem desarmonia dos casais, devendo trazer sempre presente em seu pensamento que existe um laço comum muito importante unindo-a a sua nora: a felicidade do filho em particular e de toda a família, em geral.
Uma boa sogra, pois, jamais concorrerá para desinteligências nem desarmonia dos casais, devendo trazer sempre presente em seu pensamento que existe um laço comum muito importante unindo-a a sua nora: a felicidade do filho em particular e de toda a família, em geral.
A arte de ser sogra
Por Maria Cottas
Fonte: Livro Crônicas Oportunas
Biblioteca digital do Racionalismo Cristão
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