A definição de felicidade é tão subjetiva que não existe uma fórmula perfeita para se chegar a um acordo sobre o tema. Já falamos em escritos anteriores como os parâmetros diferem de uma pessoa para outra e mesmo de um povo para outro, mas uma coisa parece unânime para um número muito grande de pessoas: felicidade significa posse de bens materiais, beleza física, sucesso e carisma. Esses fatores, tidos quase como essenciais, só perdem a importância se a saúde for ameaçada. Então, nem a mais bonita aparência fará sentido.
O indivíduo que começa a estudar a vida espiritual mantém a atração pelas coisas materiais. Não é porque somos racionalistas cristãos que vamos nos livrar de nossos bens e andar aos trapos. Ao contrário, é necessário que a vida material acompanhe a vida espiritual. Trabalha-se com amor, mas também com objetivo. Quem não gosta de vestir uma roupa nova ou fazer uma viagem? Tudo isso faz parte da vida enquanto se está encarnado.
O que muda durante o processo de esclarecimento da vida fora da matéria é a compreensão de que não é possível existir sempre um mar de rosas, há também dias em que a chuva cai, como dizia uma velha canção, e o entendimento da importância das tempestades da vida é que diferencia um espiritualista de um materialista e de um fanático religioso: o primeiro aprende ser o responsável por seus caminhos e escolhas, e assume as consequências de seus atos; o segundo atribui o que lhe acontece a sortes e azares; e o terceiro, a um Deus misericordioso ou vingativo, dependendo da situação que estiver vivendo.
O escritor Luiz de Souza já dizia, de maneira sábia: “Pedir e implorar são duas muletas para uma mesma invalidez mental”, e acrescentaria: atribuir a entidades, quaisquer que sejam, a tal felicidade é um dos maiores erros que o ser humano vem cometendo ao logo do tempo, porque retira de si o potencial máximo que poderia alcançar enquanto espírito em evolução.
Este mês sairei de férias, vou viajar em companhia de minhas queridas sobrinhas, que são como filhas para mim, tamanho o amor espiritual que sinto por elas, e vários pacientes e amigos me dizem para aproveitar o passeio porque “eu mereço”. Então vem o questionamento: Será? Por que? Porque trabalho, sou honesta, me dedico a uma causa nobre, não faço mais que minha obrigação, ainda mais consciente de que assumimos em plano espiritual o que nos cabe fazer e consertar nesta passagem por este mundo-escola. Nós somos pequenos grãos de areia envolvidos por um grande invólucro planetário, e, formigas que somos, estamos apenas cumprindo nossos deveres. Merecimentos, tê-los ou não, é impossível ser de nosso conhecimento.
Esclarecidos pelo Racionalismo Cristão, encontramos a felicidade que é saber atravessar planícies e montanhas, sabendo que ao fim de cada situação problemática outra virá ao nosso encontro, porque este é o processo de evolução determinado pelas leis naturais e imutáveis. Queira-se ou não acreditar nisso, a verdade será sempre a verdade e ao deixar o mundo físico todos encontrarão esta concepção.
Ao final de toda esta reflexão, concluímos que é bom ter condições financeiras para passear, mas para isso é preciso trabalhar; é bom ter um corpo saudável, mas para isso é preciso exercitar o físico e fazer dietas; é bom se sentir-se espiritualmente seguro, mas também para encontrar esta paz é necessário fazer a limpeza psíquica diariamente, a frequência às casas racionalistas cristãs e o estudo e aperfeiçoamento interior.
Todos nós merecemos ser felizes, mas precisamos tirar a responsabilidade de terceiros e arcar com as consequências de nossos atos, só assim poderemos ter a nossa própria definição de felicidade e vivê-la de maneira plena e saudável, e ao final de cada passagem por este plano, olhar para trás e saber que a nossa existência fez diferença.
FELICIDADE, CRESCIMENTO, SACRIFÍCIO E SOFRIMENTO
Por: Heloísa Ferreira da Costa
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