Se formos buscar a felicidade plena aqui no planeta Terra, estaremos empreendendo uma busca inútil, devido às próprias caracterísiticas deste que é um planeta-escola, destinado a ensinar aos espíritos encarnados as lições necessárias à sua evolução. Isso porque aprendemos muito mais com o sofrimento do que com a felicidade.
Se somos relativamente felizes em algumas ocasiões, isto se deve ao bom uso do nosso livre-arbírio e à assimilação que fizermos das lições que a vida nos oferece. Mesmo nesses casos, sempre temos algum infortúnio, alguma tristeza.
A felicidade, embora que relativa, é tão difícil de alcançar porque há, também, um grave erro de avaliação por parte da maioria das criaturas. Esse erro consiste em imaginar que a felicidade se origina na posse de bens materiais, no exercício do poder e no domínio sobre os outros seres humanos, mesmo que tenham que agir desonestamente para conseguir tais quesitos.
Nada disso representa a felicidade real, é apenas uma máscara, um entorpecente criado por este planeta para iludir as criaturas, que dessa maneira se deixam levar pelo materialismo e pelas ilusões.
Embora esse sistema nos pareça errado, ele é necessário para que a Inteligência Universal ofereça às suas partículas em evolução a oportunidade de discernir o que é certo do que é errado, o que é real do que é ilusório.
De outra forma, como poderia a criatura avaliar na somatória final (à custa de desilusões e sofrimentos), que enveredou por caminho errado? Mas nem tudo está perdido. Restará às criaturas a experiência, o aprendizado, que lhes permitirão optar por um caminho diferente em uma próxima oportunidade.
Pode acontecer, algumas vezes, de o espírito estacionar sua evolução em uma encarnação, para com o cabedal de conhecimentos adquiridos, já com maior preparo, dar continuidade à sua jornada evolutiva.
A felicidade é um pássaro de ricas plumagens e canto mavioso, que se acha pousado em um galho à nossa frente, mas à beira de uma floresta. Ele representa coisas difeentes para cada pessoa. Assim, para uns ele é ideal, uma meta a ser atingida. Para outros é a união com a pessoa amada. Existem, também, aqueles que vêem como a posse de bens materiais que lhes permitem dar vazão à vaidade, ao egoísmo, à luxúria, etc.
De acordo com o seu modo de ver a felicidade, o seu modo de pensar e os seus sentimentos, saem as pessoas em busca deste belo pássaro que, por sua vez, voa sempre para um galho mais à frente.
Nessa perseguição, sem perceber, a critura vai penetrando na mata densa e escura, ficando perdida e, muitas vezes até sucumbindo. E aqules que retornam vêm cansados, cheios de desilusão e sofrimentos.
Por incrível que possa parecer, o pássaro da felicidade é muito difícil de ser apanhado e nem é preciso ir muito longe para isso. Basta que se faça para ele um ninho bem traçado, usando-se ponderação, moderação, senso de justiça, coragem, amor ao próximo, valor, sentimentos de moral e bom caráter, dedicação, tenacidade, determinação, convicção, humildade e altruismo.
Um ninho assim bem traçado, forte, construído com calma, paciência, sabendo aguardar o momento proício para tudo, certamente atrairá a tão bela e cobiçada ave de plumagem colorida, que virá pousar docilmente nesse ninho. Após conquistar a ave da felicidade, a criatura terá, com a experiência adquirida quando da construção do ninho, o oconhecimento necessário para alimentá-la, embora ela coma muito pouco e tenha uma dieta simples.
A felicidade nós alimentamos com amor, humildade e desprendimento, através da paz de espírito que nos é dada pela consciência do dever cumprido. Cultivando a resignação e a sabedoria necessária para reconhcer as situações que não podem ser modificadas a curto ou longo prazo, estaremos evitando que o pássaro da felicidade se espante, fazendo com que ele permaneça um pouco mais em nossa companhia.
PERSPECTIVAS PERANTE A INTELIGÊNCIA UNIVERSAL - De Humberto Fecher