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Sexo e espírito - Por Olga Brandão de Almeida

Atualmente, o modo por que vem sendo encarada a sexualidade se reflete no desequilíbrio social. 

A vida humana, algo elevada, não pode reduzir-se à satisfação dos instintos, não pode ter como testemunho álcool, fumo e excesso de divertimentos. Voluntariamente vigiado, o instinto sexual perde violência.

Sexo é criação, que tem por finalidade o entrelaçamento de dois mundos: material e espiritual.

A prova disso são os distúrbios causados pela sexualidade que não se prenda a sentimentos elevados.

É falsa toda filosofia que não revela no casamento um único objetivo: união de corpo e alma.

A vida sexual subordinada à consciência esclarecida é que distingue o ser humano da fera. A procura dos baixos prazeres sexuais perturba a existência.

Somente perdura a união conjugal, quando, no amor, se enquadram as características do sexo: o homem, assumindo a responsabilidade de poder, energia e segurança; a mulher, recebendo a necessária proteção para expandir-se na maternidade.

Tão íntima é a relação entre corpo e espírito, que quando o sexo não se define há desvios psíquicos que afastam o indivíduo da vida normal.

A liberdade excessiva que masculiniza a mulher, que a conduz à vida primitiva, reflete-se na sociedade, é o ponto de neurose contemporânea.

Sucumbiu a Grécia antiga, quando as jovens se confundiram com os rapazes, havendo, portanto, uma espécie de intersexualidade.

É doloroso assistir ao triste espetáculo das moças namorando durante altas horas da noite, pelas ruas ou dentro dos automóveis, numa ostentação de impudor e desamparo.

Embora a lei, muitas vezes, não possa agir preventivamente em crimes dessa natureza, está sempre à espera para intervir na consumação do fato. Mas é difícil resolver tal problema social, porque existe na sociedade a classe de criminosos seguros de impunidade — certos pais.

Atualmente o mal se agrava: o homem explora as paixões sexuais, excitando as fraquezas da mulher, que se perverte voluntariamente sem consciência da queda.

Urge que a mulher não se afaste da realidade da vida, respirando uma atmosfera artificial de luxo e divertimentos, de vaidades e vícios; que esteja sempre vigilante às tentações malsãs deste mundo para não se deixar levar pelas insuficiências.

O destino do mundo depende do conceito da vida que a mulher lhe confere.

Esposa ou mãe, tornando-se leviana e fútil, desagregará forçosamente a sociedade. Os filhos serão o que foram suas mães.

É necessário que a família atualize os princípios testemunhos da vida (amor, trabalho, responsabilidade) e encerre a matrícula na Escola da Rua que tanto a prejudica.

Uma aptidão, um temperamento são transmitidos: os filhos recebem dos ascendentes herança material, moral e fisiológica.

A hereditariedade é capaz de transmitir ao filho, sem distinção de sexo, taras e privilégios com os quais o herdeiro se prejudica ou se beneficia. Para isso possui livre arbítrio e vontade.

A inclusão de características femininas no homem, e vice-versa, depende da hereditariedade, dos erros de educação, da influência do meio social e profissional.

A educação que se firma em mimos exagerados e excessivos cuidados distorce os atributos do sexo: o homem perde as funções naturais de iniciativa, luta moral e intelectual; a mulher não se adapta ao casamento, por tornar-se intransigente ou flor de estufa.

Uma filha, ao herdar a energia do pai, pode masculinizar-se ou utilizá-la na boa direção da família, unindo-a ao grande poder intuitivo que lhe é inato.

Importa, desde cedo, estabelecer relações normais entre meninos e meninas, pois separar rigidamente os sexos é tão prejudicial quanto lhes dar educações idênticas numa completa promiscuidade.

As relações entre os sexos têm que conservar o equilíbrio de sempre. Embora a vida humana encerre uma série de transformações, há muita coisa que deve ser perene. Pretender masculinizar a mulher e afeminar o homem é visar seres assexuados.

O que se impõe é agir no sentido de valorizar as qualidades de cada sexo, corrigir as insuficiências e desvios num salutar convívio que compense e equilibre.

O homem e a mulher, sendo dois elementos opostos, se completam numa unidade.

Sexo e espírito
Por Olga Brandão de Almeida

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